Olá, pessoas! Tudo bem?
Ontem, passeando alegremente pelo facebook, tive o desprazer de encontrar essa notícia:
Olha, amiguinhx, se você é do tipo que rola no chão de rir com o Programa Pânico e que engasga de rir com as piadas do CQC, esse post provavelmente vai te deixar bastante incomodadx.
Começando pelo fato que, não há NADA de engraçado em alguém que doa leite materno, muito pelo contrário, é uma atitude linda que salva muitas vidas. Não tem margem para rir disso, percebem? Você riria do fato da sua mamãe ter te amamentado, ou até mesmo ter doado leite para o bebê da vizinha? Riria do fato dos seios dela terem inevitavelmente aumentado dado a grande concentração de líquido presente? Se sim, acho que você precisa mesmo é de ajuda psiquiátrica, porque você tem probleminhas!
É natural os seios de uma mulher ficarem maiores na gravidez, até mesmo depois dela se o fluxo de leite continua sendo estimulado. Rir disso seria como rir, por exemplo, de alguém que acorda pela manhã e toma seu café. Só que essa corja de novos humoristas brasileiros sempre acha uma brechinha para fazer piada com o que não tem graça. Pode ser com uma mãe que é solidária, com uma 'mulher feia que foi estuprada', ou até mesmo com uma celebridade grávida. Tudo tem conotação sexual para esses caras. Arrotar deve ser gozar pela boca para eles. E sabe o que é pior? Isso tudo já foi feito. Essas piadinhas com negros, homossexuais, deficientes, mulheres, loiras, portugueses e o pavê. Não há nada de inovador nisso!
Eu sinto que, atualmente, as pessoas ficam cada vez mais cruéis umas com as outras, o sentimento de empatia simplesmente deixou de existir. O 'humor controverso' que virou febre tanto na tv quanto em redes sociais só potencializou isso. Ninguém pensa 2 segundos em como se sentiria se fosse humilhado publicamente, se alguém, sem nenhum pudor ou culpa fizesse piada com o seu ponto fraco na frente de um bando de imbecis em pleno ''horário nobre''.
Não é só uma piada. Não quando ela é feita tendo como alvo gente que já sofreu demais e que já foi chacota por muito tempo. Não quando essas pessoas tem muitos motivos para se sentirem mal consigo mesmas, quando não se sentem aceitas, quando as pessoas nas ruas viram para lançar um olhar de desaprovação a uma demonstração de afeto. Isso vai desde a gordinha da sua sala, à uma mãe que amamenta o filho em público e é condenada mentalmente pelos transeuntes, incomodados, vejam só, com algo naturalíssimo. E também inclui aquele seu amigo que você chama de macaco, ou zomba do 'cabelo ruim' dele, porque "ah, ele nem liga, já está acostumado e eu não sou racista, comi até uma pretinha uma vez".
Não sei porque ainda me surpreendo com a crueldade humana - Às vezes, babilônica, como diz meu amigo Gui Borges.Hoje - estava no ônibus lendo #EuSouMalala - quando uma moça e um rapaz disparam um riso insano e estridente. Olhei pra cima, pois perdi a concentração no texto e vi que era comigo. Estavam rindo de mim, por verter lágrimas com um livro em pleno horário de rush. Tento, mas sem razão, entender os confins dessa e outras ações indelicadas e evasivas, mas não chego a lugar algum - além de uma ponta de mágoa e tristeza. - Juliana Talala, jornalista e minha amiga.
Não é só uma piada. Não quando ela é feita tendo como alvo gente que já sofreu demais e que já foi chacota por muito tempo. Não quando essas pessoas tem muitos motivos para se sentirem mal consigo mesmas, quando não se sentem aceitas, quando as pessoas nas ruas viram para lançar um olhar de desaprovação a uma demonstração de afeto. Isso vai desde a gordinha da sua sala, à uma mãe que amamenta o filho em público e é condenada mentalmente pelos transeuntes, incomodados, vejam só, com algo naturalíssimo. E também inclui aquele seu amigo que você chama de macaco, ou zomba do 'cabelo ruim' dele, porque "ah, ele nem liga, já está acostumado e eu não sou racista, comi até uma pretinha uma vez".
A sua piada não é revolucionária. Ela não é uma simples polêmica. Ela não é sarcástica e inteligente. A sua piada não tem graça. A única coisa que você provoca nos "bobos da corte" a quem você escolheu para praticar seu 'humor' com requintes de crueldade é nojo. Desde os trapalhões, desde a 'A praça é nossa', desde os primórdios de programas humorísticos a sua piada já foi feita e refeita, um milhão de vezes e ainda assim, não teve graça.
Recomendo que vocês deem uma olhadinha nesse documentário: "O riso dos outros".
E sabe por que os caras continuam falando todo tipo de asneira? Porque dá dinheiro. Porque tem os boçais, inimigos do "politicamente correto" que gastam grana para ver os shows de stand up desses idiotas. Porque, grande parte da população, só sabe olhar para o próprio umbigo e não se importa com o outro. Assim, não de verdade. Só no status do Facebook mesmo. Porque a gente vive de aparências e hipocrisia. É por isso! E também porque na insignificância dessas piadas prontas, os caras não tem inteligência o suficiente para fazer piadas com opressores, portanto, fazem com os oprimidos.
Louis CK - rindo de homofóbicos, com genialidade.
E tem como fazer piada sem ofender as pessoas? Acredito que não, mas tem como escolher a quem você quer ofender. Acredito que já está mais do que na hora de dar um tempo para os 'bobos da corte' e começar a rir da Corte em si, que, seja na hora da brincadeira, ou na hora de falar sério, sempre sai ilesa e satisfeita das situações.
Beijos até o próximo post! :)
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